«Não podemos permitir que fazem tudo connosco o que querem!»
Elif Meral trabalha como vendedora no comércio de retalho. Dá sempre tudo na sua profissão que aprendeu. Mesmo quando se trata de defender os seus próprios direitos e os das suas/dos seus colegas de trabalho.
Mais tarde, mudei para uma grande empresa de comércio de retalho. Lá as condições laborais eram catastróficas. O gerente da filial contratou os seus colegas privados e familiares, que tratou de forma privilegiada. Aos outros que não se encaixaram, mandou fazer permanentemente horas a menos. Ou mandou-os para casa de repente ou não calculou as suas horas trabalhadas. Primeiro não notei isto. Mas depois fui promovida para ser a assistente. Isto significa: eu fazia o trabalho do gerente da filial na loja, assumia a chefia dos turnos e corria enquanto ele ficava sentado em frente ao seu computador no escritório. Agora percebi-me rapidamente tudo o que o gerente da filial estava a tramar.
Juntas lutamos
De vez em quando, eu era chamada ao escritório do gerente da filial. Então os dois se sentaram na minha frente e caíram em cima de mim: eu deveria parar de reclamar. Deveria assinar que serei transferida para uma outra filial. É assim que eles gostam de fazer: se algo não lhes convém, pedem-te para vir ao escritório. Lá sentas-te sozinha em frente a vários superiores. Eles apresentam-te um pedaço de papel e coagem-te a assiná-lo: ou deves aceitar as tuas horas negativas ou mesmo assinar a tua própria demissão! Sempre adverti a minha equipa: não assinam nada. Não vos podem obrigar!
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Problemas no setor
Não é igual em todo o setor. Estás a ser explorada em muitos lugares. Talvez ganhas mais do que o salário mínimo, mas, para isto, tens de trabalhar arduamente! Sempre há pessoal a menos, trabalhas em turnos duplos, desempacotas paletes durante horas – até mesmo como mulher. E a pressão é passada de cima para baixo: se as vendas diárias não forem suficientes, os funcionários são mandados para casa para reduzir os custos com o pessoal.
Chega – assim não!
Sempre me revoltei, também em relação a outros. Coloquei-me em frente da minha equipa e disse claramente, o que não é aceitável. Faria o mesmo sempre se for necessário: não podemos permitir que fazem tudo connosco o que querem!